terça-feira, julho 04, 2006

"The Secret Life Of Words..."

Foi com algumas expectativas que o ingénuo do Nini se adentrou na sala de cinema para ver o novo filme de Isabel Coixet. Não sabia o que me esperava... mas rapidamente me apercebi de aquilo com que me iria deparar durante aquelas 2 longas horas de filme. Não tenho como hábito aparecer por aqui para comentar os filmes que vou ver ao cinema... mas desta vez não resisti! Principalmente porque esta obra está a ser muito adorada entre aqueles que a vêm, e eu não consigo entender porque...!
A jovem Sarah Polley interpreta Hanna, uma jovem enfermeira que decide refugiar-se do seu passado, conseguindo desta forma trabalho numa petrolífera longe de toda a civilização. Aqui, é destacada para tratar do pobre esturricadinho de Josef, interpretado por Tim Robbins. Desenvolve-se desta forma uma relação de intimidade entre ambos, que vive principalmente de uma magoa insuportável, repleta de um sofrimento descabidamente forçado. Denotam-se assim diversas dificuldades na narrativa em se aguentar... As duas personagens são desinteressantes: Hanna, sempre com o mesmo tom de enjoada, que se rende com demasiada facilidade aos encantos de Josef (sem razão alguma para tal); e Josef, dotado do clichê da personagem que, apesar da sua condição, continua com o seu humor inquebrável. Ambas as personagens mantêm o mesmo registro do início ao fim, o que realmente cansa! O filme vive principalmente dos diálogos entre Hanna e Josef, onde supostamente deveríamos sentir alguma empatia pelas personagens. Mas tal não acontece... Isto claro, devido à pobreza dos diálogos. Estes são desinteressantes, irrelevantes e acima de tudo previsíveis. Isabel... Isabel... Onde te foste meter?! Ao não saber jogar com uma narrativa subtil, é encaminhada para o mais óbvio! O trauma de Hanna é desta forma um exagero, repleto de uma pasta dramalhona que o envolve. Aquilo que ficou recalcado na sua personalidade é-nos atirado à cara num diálogo que supostamente deveria chocar, mas não faz mais que chatear. Os confis da psique humana é algo de uma extrema ambiguidade, e só nos podemos adentrar na mesma se tivermos a suficiente humildade para tal! A realizadora não o teve, e entendeu portanto pavonear-se com um filme deveras pretensioso.
Existem mais algumas personagens no filme que pretendem completar as 2 principais... Mas estas nada acrescentam, e caiem com facilidade no ridículo. Dispomos assim de sequências com brincadeiras parvas, ou de relações entre gays que se encontram completamente desenquadradas! Uma banda sonora ao gosto da menina Isabel, que ele escolheu do seu best of que ouvia enquanto adolescente; e uma realização fraca sem cuidados nenhuns na planificação (claro, como é filme independente, filmasse à toa!)
Um filme não deve ser interpretado racionalmente,,, não devemos parecer frente a uma obra e dizer “Gostei muito! O filme é tão visual, as imagens são tão simbólicas! Este plano representava o sofrimento, este outro a vida... Bla la bla!” Um filme tem de ser sentido, tem de haver uma relação directa com o mesmo, inexplicável pela nossa linguagem... “A Vida Secreta das Palavras” não transmite ênfase, pontos de conexão e afecto com o espectador. A verdade é que tenta à força toda, mas não é a forçar que lá se chega...

2 Comments:

At julho 04, 2006, Blogger ((( airWave ))) said...

lol o grande Nini no seu melhor...Se há uma coisa que eu gosto é de tentar argumentar o porquê de um filme ser bom com o Nini...lol (mas infelizmente não vi este ainda)

P.S: Não sei se viram, mas o rapaz tem uma escrita muito apelativa...Só falta é aprenderes a justificar o texto.

 
At novembro 21, 2009, Anonymous Anónimo said...

Por que nao:)

 

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