sábado, fevereiro 02, 2008

Cloverfield by D.C.

A pedido do Tiago, aqui vai… Em 2 partes, de outra forma não poderia descrever a experiência que é ver “Cloverfield”.

Parte 1.
Há quem diga, e eu sei porquê, que “Cloverfield” não passa de uma união entre “Blair Witch Project” e “Godzilla”… O porquê cinge-se ao facto de haver, por parte de alguns, uma impossibilidade de desfrutar emocionalmente de um filme sem o subjugar a factores externos. Ok… Um filme inteiramente filmado por uma câmara diegética, já foi feito… Uma criatura de grandes proporções a atacar Manhattan, também… E depois?! O que é certo é que resulta, e quando damos por nós estamos totalmente envolvidos na alucinante noite a que o filme nos transporta. Sem dúvida alguma que.., um dos trunfos mais importantes num filme como este (senão o mais…) é a realidade transcrita para a tela. A coreografia entre o espaço, a planificação desconexa e contínua, e as silhuetas são um verdadeiro mérito, fornecendo a ”cloverfield” uma estranha sensação de autenticidade videográfica. Claro está, o som ajuda, afastando-se propositadamente da falta de qualidade impressa na imagem… Um muito apelativo trabalho sonoro que atribui às primeiras captações de Hud um sentimento de grandeza destrutiva, representando um poder de alienação iminente que se manifesta sobre Manhattan. Respeito à fisionomia da suposta criatura alienígena/ marítima no momento da revelação, penso que não está perfeita, mas no mínimo… original. Toda a sua componente deforme, e transposição de constante agonia monstruosa está bem construída, ganhando por aquilo que não é contado ao espectador. De onde vêm? Porquê? Não sabemos… E realmente, não interessa…

Parte 2. (Porque se o filme fosse perfeito (longe disso…) só havia Parte 1.)
Não resisto, vou dizer mal! Muah muah muah! (riso maléfico, desculpem-me fãs)
A ideia é fantástica, o argumento pobre, entre outras coisas… “Cloverfield” é diferente de muitos outros na sua estética, prendendo-se a um ponto de vista entregue a uma personagem (Hud). Para corresponder a tal realidade, a narrativa deveria ser desconexa, descontínua e ainda assim, perceptível… envolvendo-se de forma total ao conceito de registo videográfico. Hud nunca poderia ter a câmara ligada em certos momentos da acção, retirando credibilidade ao filme, atribuindo-lhe uma falta de cuidado narrativo. Este argumento, tal como o conceito, deveria ter um padrão de organização estrutural único… e em vês disso, é vulgar e clássico. Um principio, um meio e um fim, com um ponto de vista que só esta presente quando dá jeito… Onde “Cloverfield” peca claramente, e sem esconder os seus pontos negativos, é nas personagens e no fio condutor da acção… 1 protagonista oco, insensível e egoísta, agarrado a uma relação sem interesse nenhum + 1 menina de rosto belo, mas igualmente inócuo, que se está completamente borrifando para a morte do namorado + 1 câmara-homem palhaço, sem piada nenhuma + 1 menina revoltada com o mundo, ainda assim a mais interessante... equivalente a estereótipos anti-naturalistas que impendem o filme de ir mais além a nível emocional… E, quando estamos a uma hora de filme entendemos que “cloverfield” não passou de uma muito boa introdução que não sobrevive sem personagens…

5 Comments:

At fevereiro 02, 2008, Blogger Ruben said...

será que interessa o que escreveste na segunda parte? :p

 
At fevereiro 02, 2008, Blogger dinis said...

Oui, Sem duvidé algumé, tré joli? (pede ao 10 traduçao)

 
At fevereiro 02, 2008, Blogger Ruben said...

mas sim :p é claro k as personagens n sao por ai além personagens com (muito) conteudo lol. mas dissest na primeira parte que era realista.. por isso god bless america :p *ok, nonsense post*

 
At fevereiro 03, 2008, Blogger Carl said...

O que eu perco na minha ausência lol

 
At fevereiro 03, 2008, Blogger dinis said...

para quem não sabe, o nosso xarles é Carlos Tiago... Justificando o "A pedido do Tiago..."

 

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