sexta-feira, abril 24, 2009

Clive Owen nos serviços secretos

Ele foi por muitos considerado a escolha principal para James Bond, até ter recusado o papel que veio a pertencer ao seguro Daniel Craig. No entanto Clive Owen manteve-se tudo menos afastado dos serviços secretos, embora num estilo diferente do que esperado quando se está ao serviço de sua majestade.



Duplicity
Com o título português Dupla Sedução, o filme de Tony Gilroy (Michael Clayton) levou muitos tugas ao cinema precisamente pelos seus actores principais (Owen divide o ecrã com Julia Roberts). No entanto a sua narrativa mais complexa deixou muita gente confusa; Gilroy é um excelente argumentista mas enquanto a trilogia Bourne se encontrava dentro dos padrões standard de um blockbuster americano, Michael Clayton e Duplicity jogam com saltos na acção, flashbacks e diálogos construtivos que muitas vezes escapam ao espectador mais distraído. Mas Duplicity é um filme diferente que vale a pena ver em cinema, que tem talvez o único problema de ser um pouco longo na sua duração.
Clive Owen é um ex-agente do Mi6, que se junta a uma Julia Roberts ex-agente da CIA para darem o golpe do baú a duas grandes empresas rivais, uma delas prestes a lançar um produto que revolucionará a industria. Um thriller diferente, baseado numa história de amor original, recheada de bons momentos de humor e a escrita inteligente de um dos melhores argumentistas do momento.



The International
Realizado pelo aclamado Tom Tykwer, que levou ao ecrã O Perfume, uma das mais complexas obras de literatura, The International - A Organização é igualmente um thriller diferente, e embora se encontre no mesmo pé de Duplicity, a sua complexidade narrativa não atinge o auge de Gilroy. Desta vez Owen partilha o ecrã com Naomi Watts, como dois profissionais que lutam para trazer à superfície as negociações feitas por baixo da mesa entre um dos maiores bancos mundiais e as suas ligações às mais importantes entidades e instituições em todo o mundo, que promovem entre golpes de estado a venda de armas.
Também com uma duração um pouco excessiva, The International presenteia o espectador com uma das melhores cenas de acção dos últimos tempos, para além de viajar por vários países. a sua mensagem é mais política e contemporânea, mas não deixa de ser apenas mais uma chamada de atenção do que uma reflexão profunda. O final chega a ser um pouco anti-climático.