quarta-feira, maio 27, 2009

What the....?

Já é senso comum que a televisão portuguesa vai de mal a pior, mas continuamos a ignorar estes factos. Porquê? O público gosta de novelas, e isso também é um facto. Que o digam os dados estatísticos. Será que vale a pena esperar que o quinto canal venha salvar esta situação? Eu era bastante jovem na altura dos lançamentos da SIC e da TVI e todas elas propunham inovações, até chegarem todas ao ponto em que se encontram de momento. A guerra de audiências tornou-se a ordem do dia. E nem vale a pena falar das propostas para televisão da ZON...
Está disponível agora a petição da Telecinco que poderá ser uma lufada de ar fresco caso as coisas avancem, que não proponha colocar os mesmos nomes atrás das direcções de programas, nem os filhos desses mesmos nomes sonantes que andam distribuídos pelas várias empresas privadas.
Continuo a dar os parabéns à RTP pois apesar de poder ter menor audiência divide em dois canais uma grelha mais diversificada e que aposta num estilo de "qualidade" que é diferente. Apesar de em termos jornalísticos correr atrás de conteúdos de audiência, como a TVI nos vem habituando.
Só mesmo a esta última poderia ter apresentado este desastre em directo, mas claro esse também só poderia ser possível graças ao péssimo jornalismo de Manuela Moura Guedes, que não fosse o nome ou o facto de ser mulher de quem é, teria sido imediatamente afastada do canal. Mas enfim, este é o país em que vivemos e onde se dá atenção a estas porcarias, enquanto os bons exemplos são deixados de lado.
Por falar em bons exemplos, deve-se dar igualmente os parabéns a João Salaviza e à primeira Palma de Ouro após 62 edições do Festival de Cannes. Custou mas foi. Mas também se dispensavam comentários como o do ministro da cultura José Pinto Ribeiro e passo a citar:

«sobretudo o que isto significa é que é possível fazer bem. Aquelas dificuldades que muitas vezes nós inventamos de que é muito difícil ser reconhecido e difícil chegar lá, verifica-se, também neste caso, que não»

Sim.... pois claro. Se tivermos de esperar em intervalos de 62 anos então estamos definitivamente no bom caminho. Embora para mim a questão não seja o "difícil chegar lá," ou "o difícil ser reconhecido", mas sim a dificuldade e poucas oportunidades inerentes à área do Cinema no nosso país. Mas dentro dessa área voltamos ao mesmo.... nomes sonantes.... filhos dos nomes sonantes.
E é este o estado do país.