sexta-feira, junho 26, 2009

A Retaliação de Bay


O sucesso do primeiro Transformers só podia adivinhar uma sequela, e até agora vai sair tão ou mais bem sucedida que o anterior. Em poucos dias de exibição nos EUA e um pouco por todo o mundo, Transformers: Retaliação já angariou mais de $120 milhões de dólares.
Mas o filme apresenta apenas mais do mesmo, muito mais: não só robôts, mas mais humor piroso, mais slow motions pirosos, mais Megan Fox produzida (embora aqui não pareçam haver muitas queixas), mais combates metálicos, etc. Mas por muitos "mais" continua a ser pouco para produzir duas horas e meia de filme, que por vezes se tornam bastante aborrecidas. O que não funcionou? Uma produção acelerada, com uma história tirada da cabeça de Michael Bay, e um argumento escrito à pressa devido à greve dos argumentistas. Ao primeiro filme, já lhe faltava muito, mas desculpou-se, pois a preparação foi melhor, o argumento revisto, e Spielberg parece er tido melhor mão nas ideias do realizador. Em Retaliação tudo é lançado em várias direcções, onde decisões são tomadas ao acaso, acontecimentos inexplicados, personagens que desaparecem e um enredo tirado da cartola.
Roberto Orci e Alex Kurtzman já provaram ser capazes de escrever boas histórias, e podemos ver os opostos Star Trek e este Retaliação, para percebermos a diferença. Mas também não se podem comparar os realizadores. Bay prova a sua arrogância neste filme larger than life; o filme é mau mas vai fazer muito dinheiro. E é o que basta.
Como descrever a história... é um pouco difícil tendo em conta o que se torceu para criar algo credível. Foi tão torcido que saiu torto. Não vou falar para não criar spoilers. Há no entanto algo que não percebo: Michael Bay insurgiu-se na altura do lançamento do trailer de Terminator Salvation pois este continha um robôt gigante - e depois coloca uma espécie de Terminator em Retaliação? Desde quando os Transformers incluem humanos?
Nem os actores conseguem salvar a situação. Megan Fox está tão limpinha em todas as cenas de acção que nos perguntamos se estamos relamente a ver explosões no ecrã. O humor parental do primeiro filme, já de si um pouco insuportável, ganha aqui ainda maiores e mais insuportáveis proporções.
Podia falar muito mais (como do caso dos Gémeos), mas prefiro ficar por aqui. Vejam o filme por vossa própria conta e risco.