terça-feira, março 21, 2006

History of Violence

"O Homem é o único ser que acredita num mundo sem violência, mas é incapaz de o alcançar" David Cronenberg

Não é todos os dias que se vai ao cinema. E também não é todos os dias que se vai ao cinema ver bons filmes. Faça-se excepção a este "History of Violence" que David Cronenberg nos trás, já um pouco moído desde o festival de Cannes do ano passado, donde saiu como controverso e considerado o mais acessível do realizador. Confesso que não sou grande conhecedor do seu trabalho, tendo visto filmes como Scanners ou Crash, mas não fiquei por isso desiludido. O filme está mutio bem realizado, ssendo que cada imagem transmite uma carga dramática muito poderosa, e não consigo de modo algum achar falhas nos actores (principalmente na excelente interpretação de Viggo Mortensen) que carregaram uma imensa versatilidade às suas personagens.
O fime apresenta-nos Tom (Viggo Mortensen) que vive quase "o sonho americano" da família perfeita. Gere um restaurante que numa noite é assaltado por dois ladrões. Tom vê-se obrigado a matá-los e no dia seguinte é considerado um herói por todos os jornais e noticias televisivas. É a partir desse momento que se começa a desvendar o verdadeiro segredo da personagem, o seu passado e a sua transformação, bem como dos que o rodeiam, a mulher (Maria Bello) e o filho (Ashton Holmes) que não deixam de ter interpretações menores.
É sobretudo uma história de violência estando esta presente nos restantes temas, como exemplo, o sexo (a progressão das duas cenas que nos são apresentadas, a segunda claramente mais violenta em contraste com o choque que o protagonista tem com o seu outro "eu") Um retrato realista, cru e tudo menos comercial.
É de destacar a curta (menos de 10 minutos) mas surpreendente aparição de William Hurt que lhe valeu a nomeação para Óscar de melhor actor secundário, e igualmente a de Ed Harris (sempre com ar de polícia durão (palavras do Sr. Rocha!)).
Não posso finalizar sem falar da cena final do filme, que não é de todo repentina e vai exactamente ao encontro do que une o amor de Tom e da sua mulher.
O único senão, é o facto da banda sonora (Howard Shore) ser demasiado idêntica à de "Senhor dos Anéis". Coincidências a mais...
Não deixem portanto de ver este filme. 9/10