sexta-feira, maio 19, 2006

Da Vinci Code

Chegou finalmente às salas o filme que mais polémica tem causado ultimamente. Da Vinci Code estreou, mas não para vencer. Depois de abrir o festival de Cannes, o filme não foi bem recebido pela crítica e público em geral. Não que eu concorde com a crítica, pois raramente acontece, mas neste caso é verdade. A adaptação de Ron Howard que conta com Tom Hanks, Andrey Tautou, Ian Mckellen, Jean Reno, Paul Bettany e Alfred Molina revela-se uma muito fraca adaptação daquele que é (a meu ver) um excelente romance de Dan Brown. O que falhou? A história está presente, quase igual ao livro... ao menos isso, pois muitas adaptações afastam-se do essencial. Mas tudo o resto falha. Começando pelos protagonistas: a estrela principal do filme não devia ser Hanks, mas sim Ian Mckellen; este consegue ser o mais convincente de todos (seguido de perto por Paul Bettany) dando realmente corpo e alma à sua personagem. Tom Hanks apresenta-nos um Robert Langdon murcho e com muito pouco ênfase, Audrey Tautou tem um papel muito fraco face ao que se imagina ao ler a obra de Brown. Não me prolongo mais em relação às personagens, são superficiais e muito pouco aprofundadas.
O que supostamente é um thriller, de thriller tem muito pouco, pois não prende o espectador e não cria situações de tensão como seria de esperar. Para quem leu o livro não há espanto e se calhar por essa razão não houve tentativa de tornar o filme grandioso. A meio a monotonia já é tanta, não só na maneira como a acção se desenrola mas também com a banda sonora de Hans Zimmer, que quase não difere do início ao fim, que vai cansar muitos espectadores. Quem não leu o livro mergulha de cabeça numa história à qual faltam algumas explicações para por ordem aos acontecimentos.
Outro dos grandes aspectos negativos são os flashbacks. Não há inovação na abordagem destes, contribuindo assim para a monotonia do filme.
E é impossível não relembrarmos Uma mente Brilhante nos momentos em que Robert Langdon decifra os códigos pois a técnica utilizada não difere de um filme para outro.
Enfim, polémica à parte (porque dessa nem vale a pena falar de tão estupida se torna) Da Vinci Code é a primeira grande desilusão deste ano. Chega-se à conclusão que o livro é mesmo impossível de adaptar ao cinema ou simplesmente não o souberam fazer. 5/10