O Perfume

Em primeiro lugar devo confessar que não li o romance de Suskind, mas o filme abriu-me o apetite. Classificado como muito fiel à narrativa literária, este Perfume transforma-se num filme extremamente belo visualmente, e desde que se pensou em adapta-lo ao cinema que surgiu um grande problema: filmar o olfacto. Stanley Kubrik abandonou o projecto, dizendo que era “infilmável”, mas eis que chega um Tom Twyker preparado para o fazer.
A história (narrada por John Hurt) flúi bem e apresenta-nos Jean-Baptiste Grenouille (Ben Whishaw) um rapaz que nasce com um olfacto super desenvolvido capando os odores como mais ninguém e que começa a matar mulheres para poder guardar esses odores. No entanto depois de mais de duas horas de filme, surge um final, que apesar de ser grandioso visualmente, se revela insípido. Para não falar dos figurantes, com os quais é impossível não largar um riso.
Mas apesar de tudo é um filme que vale a pena ver, até porque Twyker pode não conseguir filmar odores, mas conseguiu construir sequências de modo a percebe-los.