Letters From Iwo Jima

A magia dos anteriores filmes de Clint Eastwood parece ter-se perdido em Flags of Our Fathers e Letters From Iwo Jima. A vontade do realizador de alargar os seus horizontes a épicos de guerra ao contrario dos temas aparentemente mais simples de Mystic River e Million Dollar Baby. Depois de nos maravilhar com esses filmes extremamente profundos a nível emocional, Eastwood não perde a sua magnífica realização mas perde a sua abordagem das duas visões da batalha de Iwo Jima na Segunda Guerra Mundial.
Este filme que aborda a visão japonesa, consegue superar Flags of Our Fathers em linearidade, visto que o realizador não se perde na montagem e vai mais fundo a nível sentimental. No entanto o resultado fica tão aquém das expectativas como o anterior. No entanto muitos dos temas que não passaram a barreira do ecrã em Flags, conseguem aqui chegar ao espectador. Responsável por essa faceta é Paul Haggis, que aqui parace ter dado mais atenção aos temas pretendidos do que no filme anterior.
O filme vai ganhando a sua energia ao longo do desenvolvimento, a segunda parte é sem dúvida melhor que a primeira. No entanto parece falhar na construção de algumas personagens em favor de outras. E a monotonia da banda sonora cansa ao fim de algum tempo. A fotografia parece ter passado de novo por uma lavagem de lixívia

Não é um mau filme, mas não o consigo venerar como a crítica internacional, nem o considero como apropriado ao Óscar (Million Dollar Baby era mais propício neste aspecto).