sexta-feira, maio 04, 2007

Spider-Man 3


Sam Raimi mostrou com os filmes anteriores ser capaz de nos apresentar uma história com pés e cabeça sobre um super-herói que ganha os seus poderes após ser mordido por uma aranha geneticamente modificada. Fazer o público acreditar nisto é algo que é elevado pelo facto de se poder identificar na personagem de Peter Parker (Tobey Maguire), um homem comum com os seus problemas e conflito interior que (super-poderes à parte) são ponto de identificação com o público.
Enfim estreia Spider-Man 3, o filme mais aguardado do ano que coloca um ponto final temporário na saga que rendeu (e custou) milhões à Sony Pictures. Se se pode dizer algo sobre este terceiro capítulo é que está ao nível dos seus antecessores e consegue trazer de volta as personagens já conhecidas do público e incluir novas também com os seus conflitos que transformem o filme apenas numa adaptação seca. Mas se existe algum lado pelo qual este filme pode pender pela negativa é nesse aspecto. A abordagem do conflito interior de Peter Parker não é muito diferente daquela que foi vista no primeiro e segundo filmes e Raimi continua excepcional na realização, não só nestas situações, como no romance com Mary Jane (Kirsten Dunst), também ela uma personagem complexa. Já para não falar dos extremos mas excelentes momentos de humor (o cameo de Bruce Campbell é hilariante). No entanto as duas horas e meia de filme não chegam para desenvolver o necessário para que se acreditar nas motivações de todas as personagens, principalmente Brock/Venom (Topher Grace) e Sandman (Thomas Haden Church), acabando por tornar o filme um pouco condensado. As cenas de acção também são os pontos altos do filme, e posso afirmar que superam os filmes anteriores, com efeitos especiais dignos de encher a tela. No entanto, e sendo uma obra dirigida ao grande público, é um pouco desgostoso verificar uma imensa quantidade de clichés que não abandonam as obras que nos chegam de Hollywood nesta época, e os diálogos e cenas construídas de um ponto de vista muito americano (já para não falar na gigantesca bandeira dos EUA explicitamente colocada num dos planos mediáticos do filme).
Spider-Man 3 revela-se assim bom mas previsível que vale a pena ver e não há dúvida que irá rebentar nas bilheteiras em todo o Mundo, como já o fez pela Europa nesta semana de estreia.