sexta-feira, agosto 01, 2008

Sequela desnecessária

O franchise da Múmia, trazido à luz por Stephen Sommers, estava bastante morto desde 2001 quando O Regresso da Múmia estreou nos cinemas. Sete anos depois a Universal não desistiu de o reavivar para um terceiro capítulo, colocando Rob Cohen na realização e mudando o cenário do Egipto para a China e substituindo o vilão Imhotep (Arnold Vosloo) pelo Imperador Han, personificado pelo actor Jet Li. Assim pensado a ideia pode até nem ser má de todo, mas o resultado deste A Múmia: O Túmulo do Imperador Dragão é absolutamente desastroso. Assistir a este filme faz-nos pensar que os seus antecessores são obras-primas do cinema. Talvez devessem ter deixado esta terceira parte enterrada.

O argumento é a primeira peça que faz desabar este blockbuster, criando uma história completamente desprovida de um tom aventureiro, com diálogos que repetem cliché atrás de cliché. Brendan Fraser volta a interpretar Rick O’Connoll, agora mais velho, sem piada e com o filho Alex (Luke Ford) também mais velho e que segue as passadas dos pais nas descobertas arqueológicas e na rebeldia. Rachel Weisz está infelizmente (ou será felizmente?) ausente deste filme, tendo sido substituída por Maria Bello no papel de Evy. Esta última encontrava-se no meu ranking como das melhores actrizes de Hollywood do momento mas que aqui me desiludiu do início ao fim. Não foi só o seu sotaque forçado, mas a forma como foi dirigida está de uma forma muito diferente do que Sommers conseguiu nos filmes anteriores. Nem a linha de diálogo de que Evy é uma mulher mudada justifica esse facto. Infelizmente Bello não esteve à altura de Rachel Weiz. Mais valia ter sido inventada uma nova personagem. Apenas John Hannah na personagem de Jonathan, consegue arrancar alguns risos.

A juntar, os efeitos visuais não estão maus no geral, embora pudessem ser melhores; o filme apresenta-nos diversas sequências de acção, umas atrás das outras, mas nenhuma delas é suficientemente emocionante para nos prender. Penso que outros dos factos do filme não funcionar é que não existe uma exploração do mundo Oriental tão vasta como Sommers fez com o Egipto. Sim, temos a muralha da China, uma múmia que se transforma em Dragão e noutro espécimen que não faço ideia do que seja e ainda… Yetis. Para uma ida ao cinema este terceiro capítulo da Múmia não será talvez uma boa escolha, a não ser que sejam fãs extremos do franchise. Mais vale esperar, não pela saída em DVD, mas pela transmissão do filme na TVI.