sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Milk


Em 27 de Novembro de 1978 Harvey Milk é assassinado. Mas o primeiro homossexual assumido a ser eleito a um cargo público nos EUA deixou para trás um legado que ainda hoje é lembrado neste “Milk” de Gus Van Sant.


E não será exagero dizer que se precisava de um filme assim. “Milk” chega como uma chamada de atenção para a sociedade não só como biopic para Harvey mas também para o que ele simbolizou na América dos anos 70. E o que simboliza hoje em dia. Daí que seja difícil distinguir o indivíduo do movimento que ele gerou pois ambos, se completam.


Em 1972 Harvey Milk acompanha uma migração por parte dos homossexuais para o distrito Castro em San Francisco e tomou partido do crescimento do poder político para fazer ver os seus interesses, ganhando os votos por parte das minorias ao longo do tempo.


Gus Van Sant é o realizador perfeito para esta obra. A sua realização é apaixonante denotando como ele realmente se envolveu neste história.E soube escolher o elenco perfeito para lhe dar vida. Sean Penn adiciona mais um excelente desempenho à sua carreira e junta-se a nomes como James Franco, Emile Hirsch, Diego Luna e Josh Brolin, todos eles nomes em ascensão de uma forma ou de outra. Penn humaniza a sua personagem de um modo comovente, criando um homem de certa forma vencido pela vida, mas empenhado em levar sempre em frente os objectivos a que se propõe, arriscando para isso muito do que lhe é querido.


Um sacrifício que acaba por lhe trazer a morte, mas não depois de ver os direitos dos homossexuais a serem defendidos na lei, e que o seu nome sobrevivesse como um icone da sua luta e do movimento LGBT em geral.


O lado humano é o que sobressai desta película, um lado que aproxima o espectador, qualquer que seja a sua escolha sexual, que nos diferencia a todos, mas que nos une como iguais – acaba por ser essa a grande questão, aqui equilibrada entre o lado pessoal e o lado público de uma personagem. O importante não é ver este filme como um clássico de cinema gay, mas como um filme para todos – já com “Brokeback Mountain” (2005) se cometeu o mesmo erro – independentemente do seu lado político.


Gus Van Sant consegue uma obra memorável e triunfante em todos os aspectos, desde o argumento, até à magnifica interpretação de Sean Penn e ainda com a Banda sonora de Danny Elfman a comptletar o tom. Este é um filme indispensável.