Revolutionary Road
Um conto de sonhos falhados. Um oposto ao paradigma de Hollywood. Um caminho revolucionário, literalmente, na forma de narrativa apresentada por este filme de Sam Mendes e pela abordagem dos seus temas, baseado no romance de Richard Yates
Frank (Leonardo DiCaprio) e April (Kate Winslet) conhecem-se... apaixonam-se... mudam-se para os suburbios, em Connecticut, como um casal normal dos anos 50. Um casal vencido pela monotonia a efemeridade e a aceitação. Frank estabilizou-se, trabalhando num emprego que o aborrece, April anseia por algo mais, por uma vida que está para além das convencionalidades deste suburbio, onde as pessoas se arrastam por qualquer razão que a faz arrastar a ela também.
É então que, após várias tentativas de inserção surge uma luz no horizonte, que pode mudar tudo. A esperança que pode virar do avesso tudo o que experimentaram até ali, e colocar em causa toda a comodidade e rotina a que eles e os vizinhos estão habituados. Mas aparentemente sonhar tão alto tem um preço bastante elevado a pagar.
Afinal o que nos move a instalar na rotina diária? O comodismo? A sensasão de segurança por fazer parte de uma sociedade e corresponder às suas exigências e convenções? Podemos sonhar mas rapidamente se erguem barreiras que impedem os sonhos de avançar. É nestas circunstâncias que encontramos Frank e April, excelentemente representados por DiCaprio e Winslet que mantêm o filme bastante firme, e o aguentam aos ombros. O casal junta-se de novo após "Titanic" e neste filme provam como evoluiram e amadureceram desde aí, tornando-se neste momento dois nomes respeitados tanto pela crítica como pelo público. Ambos os actores dão corpo e alma às suas personagens, aos seus medos, às suas dúvidas.
Sam Mendes prova também mais uma vez o seu talento como realizador, depois de deslumbrar com American Beauty e Road to Prediction. Este filme é emocionalmente intenso, um verdadeiro drama como Mendes já havia provado ser capaz de realizar e onde sentimos todas as personagens de uma forma tão simples e ao mesmo tempo tão profunda. O conceito não é de todo inovador mas mostra uma dura realidade para o que nos prende às concepções.
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