Eragon

Não posso negar que esperava um pérfido filme, porque o trailer já o anunciava, mas Eragon é sem dúvida uma das piores adaptações cinematográficas que já vi (não esquecer The Da Vinci Code).
Christopher Paolini escreveu este primeiro capítulo da trilogia “Herança” tendo apenas 15 anos. O resultado não foi mau, porque o livro consegue ter consistência. Infelizmente não se pode dizer o mesmo do filme.
Uma espécie de épico cuja cadeira de realização é ocupada pela primeira vez por Stefen Fangmeier (que trabalhou nos efeitos especiais de alguns filmes marcantes… go figure) com um actor que se estreia num papel principal, Ed Speleers. A realização podia ser muito melhor e a representação já foi pior. Se lembrarmos, LOTR também pecava por muitas interpretações. No entanto nem é sensato comparar Eragon a LOTR.
Passando à estrutura… que argumento é este de Peter Buchman? Aconselho vivamente os alunos do 1º ano da ESTC a irem ver este filme pois é o exemplo perfeito da “jornada do herói” da história arquetipal. Isso nem é o pior pois a maior parte dos filmes de Hollywood se baseiam nessa estrutura. Mas escusava de ser tão óbvio.
O ritmo do filme é de uma velocidade alucinante. Mal aparece o primeiro frame da imagem, inicia-se um relato da personagem de Jeremy Irons, que ainda por cima é repetido mais a frente no filme. Os acontecimentos não têm espaço. Era necessário muito mais tempo para se dar o desenvolvimento das situações e personagens. Faz lembrar uma versão de 30 segundos dos Bunnies.
O vilão é tão fraco que nem parece tirado do romance de Paolini. E que é feito dos elfos e anões? Porque razão são todos humanos? E porque razão não existe sequer uma localização espacial? O mapa desenhado no livro foi completamente esquecido a não ser para pendurar no covil de John Malkovich para este o rasgar no final do filme.
Os pontos positivos são muito poucos e contam-se pelos dedos: efeitos especiais, elenco e banda sonora.
E pensar que aí vêm 2 sequelas...