quarta-feira, dezembro 10, 2008

Amália, O Filme


Chega às salas de cinema a primeira parada da Valentim de Carvalho Filmes, a mais recente grande produtora e distribuidora cinematográfica nacional. As apostas recaíram neste biopic de Amália Rodrigues, a grande diva do fado portuguesa, o primeiro de muitos projectos que a produtora se propôs a desenvolver para o grande público.

Amália Rodrigues ainda está bem presente na memória dos portugueses e a expectativa era grande, tal como era grande o risco de se falhar. No seu contacto com o público podemos dar os parabéns a esta obra, pois será um sucesso nacional quase garantido. Talvez seja pedir muito ver os pontos fulcrais da vida de Amália Rodrigues reduzidos a 127 minutos (mais alargados na versão mini série a ser transmitida posteriormente pela RTP), mas arriscou-se.

A obsessão com a morte foi o tema fulcral escolhido pelos argumentistas Pedro Marta Santos e João Tordo para caracterizar a fadista, de forma bastante bem conseguida. Sandra Barata Belo foi a actriz escolhida para interpretar o papel principal, e arrisco dizer que não poderia ter sido feita uma melhor escolha. Dos pontos positivos a apontar ao filme, Belo é um deles e merece o aplauso que tantas vezes foi ouvido para a própria diva. A actriz tem um desempenho bastante bom e consegue transmitir o “eu” interior de Amália, que tanto a atormentava e que era reflectido nas suas canções. Estas estão também bastante bem inseridas no contexto do desenrolar da narrativa, acompanhando os pontos que marcaram a sua vida. No entanto, o filme falha principalmente por não estar apoiado numa estrutura que acompanhe a bem enraizada personagem de Amália.

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