Trailer - Fast & Furious
Para falar de Cinema, e o que mais apetecer
No passado dia 18 estreou na NBC.com e conjuntamente no SCIFI.com o primeiro episódio de Gemini Division, uma série inteiramente produzida para a web, que conta com a participação de Rosario Dawson como Anna, a personagem central. Anna, uma polícia americana, encontra-se em Paris de férias com o seu namorado. A acção desenrola-se a partir daqui, quando o casal se vê perseguido pela sua agência, e em guerra com indivíduos de carácter artificial.
A NBC Universal Digital Studios apresentou o conceito como uma mistura entre entretenimento e propaganda, mas a pergunta é: será televisão? Ainda não chegou o dia em que a televisão e os computadores mais recentes se tornam num só e por essa razão é ainda muito cedo para se perceber o papel deste novo tipo de narrativa. Corre apenas que em comparação com as séries transmitidas na TV, este conceito é ainda bastante ingénuo e que apesar da carismática figura de Dawson, os cenários digitais são bastante óbvios e a produção destes webisódios se encontra ainda bastante limitada devido ao orçamento e em grande parte ao interesse público suscitado pela novidade. E, claro está, ao facto de não estar acessível a todos pela rede.
Os Ficheiros Secretos estão de volta. Mas de volta ao cinema. Depois de uma década de transmissão na televisão, passando por uma primeira (não muito famosa) transição para a grande tela, os criadores acharam que era altura para ressuscitar o franchise. Mas, talvez tenham avaliado mal a questão. Ficheiros Secretos: Quero Acreditar não é, no entanto, um mau filme; é apenas um filme que não sobrevive à expectativa que se pode criar à sua volta.
À partida pode-se pensar que o principal erro será não voltarmos à premissa que alimentou esta série televisiva e que rondava as conspirações secretas extra-terrestres. O filme funciona bem sem essa premissa de qualquer forma. A sensação maioritariamente transmitida é de que Fox Mulder e Dana Scully são personagens que pertencem ao passado e que foram talvez demasiado exploradas. Qualquer fã que se preze conhece o ponto de vista destes dois agentes do FBI que aqui é elevado a um extremo que, provavelmente, só poderias ser conseguido numa longa-metragem.
Os contras desta película estão a meu ver fortemente ligados a um fraco enredo que, este sim, poderia ser abordado num episódio de 50 minutos, fossem as circunstâncias diferentes. David Duchovny e Gillian Anderson voltam fortes como sempre foram para os papéis que os lançaram para a ribalta, mas é pena que o filme não se consiga posicionar numa de duas opções: ligado ou não ligado à backstory das personagens - e por sua vez à série.
Até foi bastante bom voltar a rever X-Files embora este sofra do conceito puxado ao extremo.
O franchise da Múmia, trazido à luz por Stephen Sommers, estava bastante morto desde 2001 quando O Regresso da Múmia estreou nos cinemas. Sete anos depois a Universal não desistiu de o reavivar para um terceiro capítulo, colocando Rob Cohen na realização e mudando o cenário do Egipto para a China e substituindo o vilão Imhotep (Arnold Vosloo) pelo Imperador Han, personificado pelo actor Jet Li. Assim pensado a ideia pode até nem ser má de todo, mas o resultado deste A Múmia: O Túmulo do Imperador Dragão é absolutamente desastroso. Assistir a este filme faz-nos pensar que os seus antecessores são obras-primas do cinema. Talvez devessem ter deixado esta terceira parte enterrada.
O argumento é a primeira peça que faz desabar este blockbuster, criando uma história completamente desprovida de um tom aventureiro, com diálogos que repetem cliché atrás de cliché. Brendan Fraser volta a interpretar Rick O’Connoll, agora mais velho, sem piada e com o filho Alex (Luke Ford) também mais velho e que segue as passadas dos pais nas descobertas arqueológicas e na rebeldia. Rachel Weisz está infelizmente (ou será felizmente?) ausente deste filme, tendo sido substituída por Maria Bello no papel de Evy. Esta última encontrava-se no meu ranking como das melhores actrizes de Hollywood do momento mas que aqui me desiludiu do início ao fim. Não foi só o seu sotaque forçado, mas a forma como foi dirigida está de uma forma muito diferente do que Sommers conseguiu nos filmes anteriores. Nem a linha de diálogo de que Evy é uma mulher mudada justifica esse facto. Infelizmente Bello não esteve à altura de Rachel Weiz. Mais valia ter sido inventada uma nova personagem. Apenas John Hannah na personagem de Jonathan, consegue arrancar alguns risos.
A juntar, os efeitos visuais não estão maus no geral, embora pudessem ser melhores; o filme apresenta-nos diversas sequências de acção, umas atrás das outras, mas nenhuma delas é suficientemente emocionante para nos prender. Penso que outros dos factos do filme não funcionar é que não existe uma exploração do mundo Oriental tão vasta como Sommers fez com o Egipto. Sim, temos a muralha da China, uma múmia que se transforma em Dragão e noutro espécimen que não faço ideia do que seja e ainda… Yetis. Para uma ida ao cinema este terceiro capítulo da Múmia não será talvez uma boa escolha, a não ser que sejam fãs extremos do franchise. Mais vale esperar, não pela saída em DVD, mas pela transmissão do filme na TVI.